Da Morte Lenta
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008 |
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Seus dedos longos e finos tocavam a parede arranhada do quarto, o papel de parede tinha buracos e já começava a se decompor, ele estava deitado na cama, a cama que o acolheu, onde dormiu enquanto vivia nas casa dos pais e a qual voltava hoje para morrer, a qual o tivera desde as primeiras vezes que dormiu sozinho, passando pela sua primeira vez, até seu derradeiro último dia.
Lá ele estava deitado a fumaça enchia o quarto fechado, as labaredas de fogo lambiam os pés da cama e ele podia sentir o calor do fogo diretamente sobre si. Queria sair dali, mas sabia que já era impossível, mas por um lado se sentia bem, por estar realmente vivendo agora, enquento morria, se é possível tal paradoxo.
A cama cedeu, caiu por terra, ele sentiu o baque, não moveu um dedo sequer, a dor que suportaria em poucos segundo seria muito pior, seria a dor da morte e como dói a morte nesses casos, ela nem é tão lenta, mas é muito dolorosa.
Seu corpo começou a esquentar, e de repente a combustão. A dor se é infinta quando multiplicada apenas por dois, então a dor desse homem foi infinita, pois tinha a dor do viver, da qual já sofria muito e a dor do estar, do estar ali, a morrer.
Dói quando queremos que doa e ama-se quando Deus bem entende.
Marcadores: contos, devaneio
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"Onde queres o ato, eu sou o espírito
e onde queres ternura, eu sou tesão.
Onde queres o livre, decassílabo
e onde buscas o anjo, sou mulher.
Onde queres prazer, sou o que dói
e onde queres tortura, mansidão.
Onde queres um lar, revolução
e onde queres bandido, sou herói"
Caetano
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Soneto de Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."