Poema sem título #1
sábado, 19 de novembro de 2011 | Opine aqui

porque não tenta esquecer
o quanto importante é
que tudo isso dê certo
que eu não te abandone
que não fique sozinha
porque não tenta esquecer
o quanto te esqueci
e nos esquecemos
e o quanto
fizemos questão disso
de nos apagar
e nos partir
e nos distânciar (da melhor forma)
da pior forma possível
sem mágoas,
sem erros,
sem volta
parecendo até para nós
que não foi nada
que foi um telefonema esquecido
no meio da noite
que foi o gosto ruim
na boca no próximo dia
que foi quem sabe a festa
a tal festa a qual culpamos
que foi a bebida
o porre
a ressaca,
que te esquecer foi mais erro disso tudo
do que meu
que me esquecer foi mais erro disso tudo
do que teu
porque não mentimos?
porque lutamos em deixar ir
deixar partir
deixar morrer
deixar.
esquecer.
porque lutamos já que tudo findou
e não há porques
e eu não te amo
e você não me ama
e ambos esquecemos
com tal naturalidade
que me assusta
que me deixa calado
em tua frente
fumando um último cigarro
antes de entrar
e discutir satre, bukowski, beatles, bob dylan
dizendo que eu acho todos gênios
e você
dizendo que acha todos uns viados imprestáveis
porque lutamos por isso?
porque lutamos por nos degradar
e nos odiar
e nos esquecer
e destruir qualquer resquício
de memória bela que exista
porque lutamos, porque lutamos
porque seguimos
porque partimos
posque voltamos
procuro as respostas que não existem
a estas tantas perguntas
sem ponto de interrogação que me atormentam dia após dias
como se fossem partes minhas
ou tuas
ou nossas
como se forre fundamental respondê-las
como se já nem importasse mais nada
como se a vida fosse mera consequência dessas respostas
desse amor mal resolvido
desse nós que luta
luta
luta em continuar
e não continua
como se.


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

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Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."