Exagerado ou (Simplesmente) Teu
domingo, 21 de fevereiro de 2010 | Opine aqui

"E eu nem sei que hora dizer, me dá um medo, que medo
Mas eu preciso dizer que eu te amo,
te ganhar ou perder sem engano"

Eu te amei. Não sei se foi certo, errado, novo, mas eu te amei. Amei você com o máximo das minhas forças, amei você o máximo que pude amar uma mulher até hoje.
Só não soube demonstrar.
E agora você vai partir sem saber de nada, sem sequer saber que te amei, achando que era só amizade. Só coisas boba.
Mas eu te amei de verdade. Te amei tento que até nos estranhos ouvia sua voz e corria para a porta para ver se era você que passava na rua. Mas não era, nunca era. Você nunca passava na minha rua.
E eu lhe visitava e cada vez havia a oportunidade para que algo acontecesse - pelo menos para mim, porque para você nunca saberei se houve.
Agora que você parte fica esse grande vazio no meu peito, como uma cratera, que é você. E recorro a outras para te substituir, até invento amores. Mas não consigo ouvir a voz delas em nenhuma outra pessoa além delas mesmas.
Não sei se te enviarei isto, se algum dia terei coragem. Porque sou muito mais palavra do que ato. Porque sou muito mais eu escrevendo do que nunca fui falando.
E saiba, se algum dia estiver lendo isso, que todas as minhas musas eram você, que tudo era pra você. Rainha dos meus dias.
Viu? Nunca seria capaz de lhe chamar "rainha dos meus dias" em voz alta - até porque agora soa cafona - por isso volto a repetir "sou muito mais palavra do que ato".
Talvez eu publique essa carta pra você como um conto em um jornaleco qualquer e você nunca saiba que é para você.
Mas é.
Eu sempre fui para você e todos os meu textos também, mas acaba aqui sua hegemonia, porque agora que eu escrevo que te amo, liberto um dragão guardado por tanto tempo que nem sei. Esse dragão que cresceu e já se tornava insuportável dentro de mim, mas que agora, solto, voa livre por aí. Na foram de texto.
Mas se você ler isso algum dia e souber que é pra você e quiser me procurar, saiba que eu estarei sempre aqui, que "por você eu largo tudo: caneta, dinheiro e canudo". O seu amigo pra discutir coisas bobocas e pra te amar com um dragão no peito.


Mais do Mesmo
domingo, 7 de fevereiro de 2010 | Opine aqui
Sempre mais do mesmo, sempre a mesma história de dor e separação que sempre acontece comigo, sempre isso. Esse vazio que fica ao ver a porta se fechar e nenhuma abrir em seu lugar, ao ver você partir cada dia e não voltar mais, ao ver você me abandonar denovo e denovo.
E não fazer nada.
Meu bem eu sofro cada noite, eu sofro com mais do mesmo, sempre sonhando, todos os dias que você está indo embora, sempre sonhando, todos os dias que aquela porta se fechou, que eu fiquei no escuro.
Eu sinto muito por não ter feito nada, mas o que fazer agora? Não posso voltar no tempo e fazê-la confiar em mim, fazê-la sequer pensar em mim. Como quando um anjo deixa uma casa e ela fica vazia, como quando tudo volta ao normal depois de dias seguidos inesperados. Assim foi, você partiu.
Deixando o escuro e um enorme vazio no meu peito.
Me deixando.
Eu ainda sinto, mesmo querendo não sentir nada disso, mesmo querendo esquecer que você existe, o meu amor está lá, como um espinho cravado no dedo, dói esse espinho que eu não consigo tirar, essa dor que parece não passar, essa tristeza que dói, infinitamente, dói e me deixa aqui.
Sonhando com mais do mesmo.


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."