Porta aberta
terça-feira, 8 de junho de 2010 | Opine aqui

"Eu não presto, eu não presto
Traiçoeiro e vulgar
Sou sem nome, sem lar"

Às vezes me esqueço é quanto é fácil abrir a porta e sair andando, deixar tudo pra trás, te esquecer.
Às vezes esqueço, sem intenção o quanto te amo, o quanto ainda te quero mina e acabo perdendo a cabeça, digo que vou sair, que vou te deixar só, que não te aguento mais, mas é tudo coisa de momento. Volto à mim e me arrependo de tudo o que disse, do tanto que te magoei.
Mas sempre volto à dizer as mesmas coisas, sempre volto à abrir a porta pensando em te deixar, respirando o ar puro da noite. E por isso eu acho que não te mereço, que eu sou ruim demais pra você que é tão boa. Ainda imagino como ainda não partiu.
Torno a abrir a porta, o ar fresco da noite me acaricia os cabelos rebeldes, sinto como se fosse um carinho teu. Não sei se devo partir: eu te amo tanto tanto. "Amo-te meu amor, não canta o humano coração com mais verdade". Te amo tanto que mesmo que não mereça coisa tão boa e tão bela, tão pura e tão tolerante, não quero partir. por favor, me prenda contigo, me guarde no fundo da gaveta mas me deixa ficar te olhando para sempre. esse teu sorriso que ilumina a noite escura, esses teus olhos "diamantes" sempre esperançosos. Deixe-me ali, no canto, esquecido como um boneco velho, mas me deixe ali.
E como não amas ao boneco velho, não me ames, não me deseje, não seja minha, eu não te mereço, meu amor, eu não te mereço. Por favor escute quando na minha ira digo que não te quero mais e não me queira, assim fica mais fácil ir embora.
Abro a porta, a noite está sem estrelas mas eu te vejo chegando ao longe, bela bela. Esqueço de tudo e só penso em ti. Chegas e te encho de beijos, te amo meu amor, te amo como se fosse a última vez, e talvez seja, talvez te canses de mim e cais em si, mas agora que te encho de beijos parece inviável sair daqui.
Fecho a porta e te amo
in-fi-ni-ta-men-te.


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."