Sem Palavras
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 |
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Senti o frescor de sua pele tocando na minha. De sua pela clara e macia, Uma receita de mulher, como dirira Vinicius. Ela era perfeita. E eu a senti, eu a tive. Sem palavras.Sem palvras, os nossos braços se entralaçavam nas longas tardes nos parques, sem palavras, nas noites em que perdíamos a noção da hora, em que juntos jogávamos tudo fora. E voltavámos a ficar juntos.
Nas travessuras das noites eternas já confundimos juntos as nossas pernas, sem palvaras. Sentia seus braços no meu peito e fitava o teto, o amor tinha cheiro do seu cabelo, seu cabelo tão moreno quanto a noite, e seus olhos da cor de água brilhavam como dois sóis olhando para mim. Ela estava para mim como o amor está para a solidão.
Sentia seus dedos pequeninos tocarem em mim e estremecia, agora eu a tinha. Sem palavras. Sentia ela toda e agora eu a tinha. Sem palavra. Agora ela era a minha "morena dos olhos d'água".
Quando estavamos nas tardes perdidas do passado ela sentava-se em meu colo e olhavamos o horizonte, que se estendia infinitamente, ia até onde não mais se podia ver. Os campos verdes que nos cercavam e a laranjeira sobre nós, tudo era perfeito. Tudo sem palavras.
O amor era lindo, as noites lindas, tudo prerfeito, sem palavras.
Sem palavras.
Marcadores: contos
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"Onde queres o ato, eu sou o espírito
e onde queres ternura, eu sou tesão.
Onde queres o livre, decassílabo
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Onde queres prazer, sou o que dói
e onde queres tortura, mansidão.
Onde queres um lar, revolução
e onde queres bandido, sou herói"
Caetano
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Soneto de Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."