Memórias Póstumas
quinta-feira, 27 de novembro de 2008 | Opine aqui
Me restam os infindáveis lamentos contidos numa nota só de bossa nova se esvaindo no licor presente na minha sala, no whisky contido em meu corpo e nas bêbadas noites cariocas. Onde, nada compessa, mas tudo conspira a favor.
Compositor e boêmio, sentado noites em minha escrivaninha esperando a luz, a batida perfeita, o amor que proviria de mim com tanta fúria que saltaria pelos meus olhos e se espalharia pelo chão já puído sa sala.
Eperando a resolução de uma madrugada mal-dormida, adormeci e morri na mais doce solidão, no não ter ninguém, porque ninguém estava comigo, eu estava só e só eu não queria ficar.
Morri a escrever ("I know not what tomorrow will bring me" (quem conhece Fernando Pessoa sabe)) a morrer no efusivo amor dilacerado de Pessoa e de Moraes, morri em 80, mas boêmia não me faltava, era como se vivesse paralelo, como se o meu plano fosse outro, o de amar, beber e fumar acima de tudo, cair de beber com os amigos nas noites em Ipanema, no Rio.
Pensando em amar morri, na minha doce solidão morri, e essas são memórias póstumas de mim, essas são as marcas de minha existência que deixo, um texto garranchosos, escrito a beira da morte.

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"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

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porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."