Beijo bandido
sexta-feira, 9 de julho de 2010 | Opine aqui

"Um beijo bandido
Um verso perdido
Um sonho refém"


Procurarei por ela na multidão, procurarei por cachos negros e olhos verdes no meio de tudo. E não encontrarei, tenho certeza de que não encontrarei o que procuro, porque no meio daquela multidão acabarei por perder-me de mim mesmo.
E se por acaso ela me achar, espero ainda estar sóbrio para falar uma palavras românticas e lhe roubar um beijo, espero poder chegar bem perto do ouvido dela e dizer algo romântico que talvez só ela e eu entendamos, de um algo em comum que nós temos. E aí vai ser aquele beijo bandido que sempre quis dar, aquela coisa sem pé nem cabeça, aquele caos total do beijo roubado, daquele beijo que era para ser meu. Era para ser do próximo que a procurasse e não meu. (Na verdade, a maioria do que é ou foi meu não era para ter sido.)
E depois do beijo olharei bem fundo naqueles olhos verde e passarei minha mãos pelos cabelos negros, desejando que fossem infinitos para continuar passando e passando a mão por eles.
E então nos separaremos e sumiremos no meio da multidão para nunca mais nos encontrarmos ou talvez nos vermos e como velhos conhecidos dizer apenas um "olá" ou algo do gênero.
E nunca mais vai acontecer algo de tão bom em nossas vidas, algo de tão único e sempre (sempre) ficará aquela frustração de parecer que está faltando algo. E esse algo vai ser o nosso beijo que acontecerá do nada.E então nossas vidas se acabarão lembrando do beijo bandido e do caos que faríamos juntos. Serão mais duas vidas passadas em branco, no meio de tudo.
Só por causa de um beijo bandido


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."