Cigarro café whisky
terça-feira, 4 de maio de 2010 | Opine aqui

"Se lembrar não é celebrar;
Dura é a dor quando aflora.
Esquecer não é perdoar;
Se consagrou, sangra agora."

Cheguei ao ponto de pensar em jogar tudo pro alto, esquecer. Como seria bom esquecer esse tudo que passou por nós, esse todo cheio de sentimentos não reservados, de coisas ditas sem pudor. Coisas que amam e coisas que ferem, que deram um fim à nós dois.
Fecho os olhos: escuro por um tempo, depois vejo duas bolas azuis com pequenos pontos pretos no centro imersas em um mar branco cheio de veias vermelhas, essas veias que deixam transparecer o que tem por dentro e que me dão espasmos de medo. Por isso olho o resto de ti, "bela bela mais que bela", mais que linda, mais que minha, sozinha. Rainha de si mesma, sem ninguém, até onde eu sei, até agora.
Desde nossa separação sei que eu sozinho não sei viver direito, não mais, depois daquele tudo, daquele todo. Desde aquele primeiro dia que percebi que não saberia mais viver só. Não precisa realmente ser contigo, precisa ser com alguém.
É que eu sinto falta, e confesso, das tardes, das noites, dos risos, dos LPs na vitrola antiga e cigarros, cigarros e cafés, whisky vodka vinho. Da tua e da minha, baby, isso faz falta. Faz falta amar você, de verdade, como eu amava, amar alguém, tudo isso faz falta, realmente.
Cigarro café whisky. Falta falta falta. Sinto falta.
Eu preciso aprender a ser só desde que você partiu e não consigo, baby, simplismente eu não consigo.


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."