Cheguei ao ponto de pensar em jogar tudo pro alto, esquecer. Como seria bom esquecer esse tudo que passou por nós, esse todo cheio de sentimentos não reservados, de coisas ditas sem pudor. Coisas que amam e coisas que ferem, que deram um fim à nós dois.
Fecho os olhos: escuro por um tempo, depois vejo duas bolas azuis com pequenos pontos pretos no centro imersas em um mar branco cheio de veias vermelhas, essas veias que deixam transparecer o que tem por dentro e que me dão espasmos de medo. Por isso olho o resto de ti, "bela bela mais que bela", mais que linda, mais que minha, sozinha. Rainha de si mesma, sem ninguém, até onde eu sei, até agora.
Desde nossa separação sei que eu sozinho não sei viver direito, não mais, depois daquele tudo, daquele todo. Desde aquele primeiro dia que percebi que não saberia mais viver só. Não precisa realmente ser contigo, precisa ser com alguém.
É que eu sinto falta, e confesso, das tardes, das noites, dos risos, dos LPs na vitrola antiga e cigarros, cigarros e cafés, whisky vodka vinho. Da tua e da minha, baby, isso faz falta. Faz falta amar você, de verdade, como eu amava, amar alguém, tudo isso faz falta, realmente.
Cigarro café whisky. Falta falta falta. Sinto falta.
Eu preciso aprender a ser só desde que você partiu e não consigo, baby, simplismente eu não consigo.