Masculino, Feminino
quarta-feira, 28 de abril de 2010 |
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"bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era... "
Ele corria porque havia a necessidade de correr, ela corri porque gostava da brisa em seus cabelos longos, do vento nos seus braços. Ela lia vezenquando por divertimento, ele fazia da leitura um ofício, uma arte, à qual amava tanto quanto ela amava correr.
Ela gostava de tudo, ele era cheio de mania. Ela amava, acima de tudo, a vida e não importavam desilusões amorosas ou chuvas ou ventos, ela amava a vida, ele se sentia infeliz com o que lhe havia sido dado. Ela gostava dos dias de sol, de chuva, dos cinzentos e dos dourados, ele só gostava dos dias neutros. Ele sabia que enxergar se escreve com x, ela sabia enxergar. Ele de tanto falar, calou, ela anunciava tudo aos quatro ventos. Ele lia Proust e Nietzsche, ela lia Caio fernando e se sentia muito bem, obrigado. Ele gostava de Dietrich, Autran, Mirren e Severo, ela só conhecia o Último Tango em Paris. Ela sabia todas as canções do rádio, ele só ouvia Stravinsky.
Ela amava ela, ele amava ela. Ele ia todos os dias à casa dela, ela esperava na porta, elegante e excitada. Ele entrava e fodia com ela, ela fazia amor com ele. Ele só ia em dias de semana, ela mantinha a porta aberta no sábado e no domingo. Ela saia para comprar cigarros, ele esperava ela sozinho. Ele a conhecei no bar, ela já o tinha visto na rua, mas nada disse. Ela queria uma casa, quarto, filhos, ele queria o sexo e nada mais.
Ele corria em direção ao prédio, ela corria em direção à ele. Ele abraçava ela com força e dizia guria, me ama, ela respondia eu já faço isso, bobo.
Ele sorria, ela sorria.
Eles eram um só.
Seja o que for
"Onde queres o ato, eu sou o espírito
e onde queres ternura, eu sou tesão.
Onde queres o livre, decassílabo
e onde buscas o anjo, sou mulher.
Onde queres prazer, sou o que dói
e onde queres tortura, mansidão.
Onde queres um lar, revolução
e onde queres bandido, sou herói"
Caetano
O blog
Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".
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Soneto de Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."