Inconsciência
segunda-feira, 5 de abril de 2010 |
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"Mas ficou tudo fora do lugar:
café sem açúcar, dança sem par"
A nossa relação acabou assim: "Prenez soin de vous". Era o fim. Ela que disse.
Não me queria mais, não me aguentava, queria fugir, queria algo novo, enquanto eu nada queria, eu não sabia - e não sei - escolher, fazer decisões, o que os médicos chamam de abulia, a incapacidade de decidir, de cuidar de si.
E como pode estar tudo acabado se eu te amo tanto que tenho até inconsciência de mim mesmo.
Fico inconseqüente ao lhe amar, por te querer assim, mas vá para ele, pro outro lado, esqueça de mim, eu saberei esquecer de ti. Mas se e quando, um dia, me procurar, pode não estarei mais lá para ti, que eu serei outro, diferente até de mim mesmo.
Sem citações, com consciência.
Espero que esse inconsciência de mim mesmo se torne passado, que este amor se torne passado, como as águas de um rio, que corre sem deixar rastros, mágoas. Espero que tudo isso se tone nada, nem ferida aberta seja, que seja nada. Mesmo.
Porque amar é difícil na nossa teoria, imagina de praticássemos.
Seja o que for
"Onde queres o ato, eu sou o espírito
e onde queres ternura, eu sou tesão.
Onde queres o livre, decassílabo
e onde buscas o anjo, sou mulher.
Onde queres prazer, sou o que dói
e onde queres tortura, mansidão.
Onde queres um lar, revolução
e onde queres bandido, sou herói"
Caetano
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Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".
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Soneto de Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."