Diálogo
sábado, 18 de abril de 2009 | Opine aqui
Pararam os dois em plena rua.
Assim, olhando um para o outro.
À sós.

- Diz que me ama?
- Pra que?
- Pra eu saber.
- Não
- Por quê?
- Porque não quero, não posso, não dá.
- Por quê?
- Porque é uma mentira.
- É?
- Sim.

Lágrimas brotavam no rosto da garota.
Ele olhava ereto para ela, seco.

- Por que você ainda me procura, então?
- Porque eu te quero, e vou aprender a te amar.
- Não vai, não.
- Por quê?
- Porque eu mudo.
- Eu aprendo a mudar também.
- Não aprende não.
- Aprendo sim. Eu prometo que vou te dar todo o amor que houver nessa vida.
- Vai?
- Sim, mas não agora.
- Será?
- Sim.

O sorriso que se esboçava agora na cara dos dois era de adois apaixonados.
Dois amantes.

- E então eu vou ler poemas de amor para você.
- E eu vou deitar em seu colo, e vamos ficar assim por horas à fio.
- Amando.
- Se amando.
- Quem sabe?
- Pois é.
- Será?
- Será.


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."