Pra não dizer que não falei de flores
quinta-feira, 12 de março de 2009 |
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Recordações do que nunca existiu, nunca passou do papel, recordações de um fim que estava próximo e a gente nem sabia, recordações de uma vida, recordações. Memórias.
E quem ficava se esvaia, como a areia que se esvai entre nossos dedos quando a pegamos na praia, como os dias ensolarados que passávamos lado a lado, como pessoas normais. Como o dia que se torna noite, como nós.
E tudo se esvaiu até as memórias deles, do tempo que foi bom, que nunca voltará, que nunca mais será. Sentir não seria mais possível, agora é proíbido sentir, é proíbido sofrer, é proibido viver. Mas viver é que não queremos, quermos lutar. Lutar por algo, por alguém, e por nós.
E pra não dizerem que não falei de coisa belas eu falo de nós, assim, singelamente nós, quatro amigos, quatro sorrisos, que se esvairam quando ele chegou, e será que se lambrama do que fomos, será que eles três se lembram que um dia nos gostamos e nos amamamos. E que nos lançávamos ao mar, ao sol, a luz de um clarão de fim de dia. Que nos viamos nos espelhos das vitrines e nos viamos como um só. Pra não dizer que não falei de flores, falei de nós.
E o remorso de deixá-los continua intragável, uma bebida amarga. Essa memória esvaída e infinita de momentos felizes, momnetos infinitos. Na imensidão de nós.
Depois de nos esvairmos esparsos nas noites eternas queremos reviver, ressentir, repensar. Amar, a-mar, ao-mar.
Queremos re-lutar.
Seja o que for
"Onde queres o ato, eu sou o espírito
e onde queres ternura, eu sou tesão.
Onde queres o livre, decassílabo
e onde buscas o anjo, sou mulher.
Onde queres prazer, sou o que dói
e onde queres tortura, mansidão.
Onde queres um lar, revolução
e onde queres bandido, sou herói"
Caetano
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sempre me interessou".
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Soneto de Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."