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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 | Opine aqui
Os seus olhos da cor do mar, a sua boca vermelha como o sangue e seus cabelos negros caidos sobre os ombros a faziam a pessoa mais bonita que eu já havia conhecido. Faziam que os meus olhos parecem um fraco azul celeste, meus cabelos claros demais e minha pele sem nenhuma cor. Ela era a coisa mais linda existente para mim. Ela era meu amor.
Só que toda alegria se findou, findou-se ao partir dos vidros, ao cair no chão, ao despedaçar.
Naquele tarde entrei na casa, sé é que podia chamar aquilo de casa, os sofás rasgados, velhos, atirados em um canto, os armários com as portas caindo, todas abertas, as luzes que se estilhaçaram no chão. A briga. Mas por que  a minha menina, por que o meu amor?
Alguém que ele devia ter provocado, alguma coisa que os desagradou, e lá estava o seu corpo no meio da sala, frágil, pequeno, cheio de sangue. O corpo, que já nem parecia minha amada. Semi-morto me olhava, me olhava como seu eu fosse a salvação, como se eu fosse o salvador. E eu não era.
A peguei em meu colo  e tirei o cabelo de seu rosto, era mais pavoroso do que eu pressentia. Ela, antes a mais linda das criaturas, estava tenebrosa, seu maxilar quebrado, seus olhos vermelhos, seu nariz quebrado, enfim tudo muito doloroso, para mim.
E ali mesmo, nos meus braços disse suas últimas palavras: "Eu te amo, mas me diga que você me ama mais" e eu disse, que eu amava ela mais, mais do que tudo, o meu amor era o maior do mundo e que por toda minha vida eu sabia que ia amá-la.
E então ela se foi, ali, poéticamente, em meus braços, o sangue que corria em minhas veias parou quando a senti gelar e me deixar, não podia ser assim, não queria assim.

Um corpo irrompeu da janela do apartamento 912, o corpo que caia era o meu, o suicidio me ocorrera. Não conseguiria viver sem ela nunca e por isso quis morrer. Olhei para o céu e lá se encontrava meu porto seguro, lá se encontrava o fim.

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Nada
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009 | Opine aqui
Nada foi só meu e teu
Foi dele
Foram dele as noites 
Em que depois de dormirmos juntos 
Cantávamos

Foram dele os teus olhos
Cor de esmeralda
Tua boca
Com lábios de mel

Foi dele o teu amor
A tua vida 
A tua cama
E tudo que é teu

Foram dele teus dias
E tuas noites e as noites 
Que passara ao meu lado

E depois de tudo isso
Foi dele teu último suspiro
E não meu, não meu


Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."