SOS: somos sós
segunda-feira, 27 de outubro de 2008 | Opine aqui
O mundo (sempre o mundo, mas enfim), o mundo nos deixa sós, nos deixa afastados uns dos outros, outros dos uns. Deixamos nossos amigos e amizades de lado, por um emprego qualquer que seja, deixamos amizades antigas por uma simples idéia de conseguir algo com isso. Não preciso mais de amigos, porque sou nós, porque ninguém me completa, eu sou completo.

SOS: somos sós. Somos sós e não percebemos, SOS mundo, SOS we. Socorro à nós, socorro à nossa negligência e à nossa ignorância. Socorro à nossa solidão.

A solidão nos atingiu, em cheio no peito, na alma incorrupta e brava de nossa sociedade. A solidão chegou como uma lança, que perfura a todas as camadas de nosso corpo até chegar em nosso frágil coração que já não aguenta mais, não suporta a dor triste e dilacerante de nosso desamor.

SOS: estamos perdidos, estamos nos perdendo numa sina. Numa mina. Num campo minado, estamos dançando, sem cuidado, num campo minado.

No campo minado da nossa alma em solidão. Estamos dançando, sem cuidado.

SOS: amor, brigas e ódio. SOS: afastamento. SOS: somos sós.


Diga Que Você me Quer, Porque eu te Quero Também
quinta-feira, 23 de outubro de 2008 | Opine aqui
É só isso. Dizer que você deseja alguém que esta pessoa está te desejando. É assim sim, as pessoas dependem do amor das outras, do desejo das outras. Diga que você me quer, que eu te quero também, eu te adoro, com a condição que você me adore também. Não exite mais o amor incondicional, que não depende de beleza, que não depende da retribuição, esse sim era o amor bom e impossível.

Mas ele não exite mais, é, nunca mais.

Encotrava-se a razão de viver e de amar em paz e de não sofrer mais. Encontravam-se novos horizontes, novos universos em expansão. Encontrava-se tudo no amor, no amor incondicional, sem critários. Hoje já não se encontra mais nada, o amor perdeu o sentido, o amor perdeu.

Foi um capote, admite-se, mas o amor vai se recuperar e voltar com toda a força e vai vencer, espere e veja. Mas não sei quando, cansei de esperar, tanto quanto cansei de esperar Jesus, mas o amor é maior, é maior até que Deus, o seu criador.

O amor foi e voltará a ser o nosso regente e regidos pelo amor seremos todos felizes e afinados, como numa grande orquesta...
 

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Bodas de Prata
quarta-feira, 22 de outubro de 2008 | Opine aqui
Fazia 25 anos, exatamente hoje, que estavam casados. Fazia 25 anos de amor, condicional e incondicional. Amor abstrato. Que não tinha forma, que se podia ver de todos os ângulos. Amor infinito, amor total. 25 anos de cobiça e de avareza. Mas também, 25 anos de fartura e felicidade. Fazia 25 anos.

Ele levantou-se pela manhã e, como de costume, colocou as chinelas velhas e quase rebentando, 'devo comprar novas, ainda amanhã', mentalizou. Então lembrou-se, 25 anos de casamento, hoje, 25 anos.
Olhou para a esposa deitada ao seu lado, ela parecia velha, cansada. Não era mais a mesma, não depois de vinte e cinco anos. Lembrou-se do primeiro filho, hoje com 23, que com certeza viria lhes visitar, mas que esquecera de avisar. De repente ouviu os habituais resmungos da mulher quando acordava. Levantou-se e foi ao banheiro.
Olhou seu reflexo no espelho, ah, como tinha envelhecido, 49 anos de experiência, de vivência e vinte e cinco de amor.
- Oi, querido - ela lhe beijou os lábios como o mesmo ardor de vinte e cinco anos atrás - Feliz Aniversário de casamento.
- Olá, pra você também. 
Olhou agora as pequenas rugas que começavam a aparecer no rosto rosto, em seus áureos 45 anos, que deixava para trás hoje, em seu aniversário de casamento.
- Eu acho que esse é o momento mais adequado para seu presente - sussurrou a mulher em seu ouvido -: a verdade.
Ele olhou atônito para ela, sentia que algo importante estava para acontecer e não podia esconder sua tensão. A mulher lhe fitava e ele atônito não sabia o que fazer.
- Eu estou morrendo - uma lágrima seca escorreu-lhe pelo olho e pousou levemente no seu robe estampado de flores - Eu estou morrendo. Eu tenho cancêr terminal.
- Não, não pode ser verdade...
- Mas é - agore mais lágrimas lhe escorriam do rosto pousando em seu robe.
Ele olhou o triste casal que os fitava no espelho, nem sequer os reconhecia. Parecia que não eram eles. Fitou novamente e se viu, exausto, triste e obtuso.
Essa foi a triste lembrança do dia em que fazia vinte e cinco anos de casamento. Fazia 25 anos de amor, condicional e incondicional. Amor abstrato. Que não tinha forma, que se podia ver de todos os ângulos...

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A Felicidade
terça-feira, 21 de outubro de 2008 | Opine aqui

"A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar

Voa tão leve mas tem a vida breve precisa que haja vento sem parar..."


A felicidade é breve. A felicidade é como a gota de orvalho numa flor, aparece sempre depois da chuva, mas quando vem o sol seca e desaparece, para apenas reaparecer na próxima chuva, santa chuva. A tristeza não tem fim, a felicidade sim.


A felicidade é como o canto dos desafinados, é como o reencontro depois da  infinita saudade, felicidade é como uma flor que nasce em um campo devastado, é a flor da esperança, é o que permite que a esperança seja a última a morrer. A felicidade é quase algo peccaminoso de tão inalcansável. É o blues e o delírio. É uma mente em constante estado de embriaguez. A felicidade é amor, paixão, é tristeza também, é amizade, é adrenalina, é a música, a cor, as coisas. A felicidade é tudo, e nada.


A felicidade é como uma lágrima de amor, ou alguém dormindo, um cabelo molhado, uma presença constante e uma inconstatante. Ela acontece da infinita tristeza ou do mais belo amor. A felicidade é assim. A felicidade plena, aquela que nunca acaba, é a grantia de não sofrer mais, nunca mais.


E apenas o mais nobre dos sentimentos pode destuí-la: o amor. Porque o amor é a coisa mais triste quando se desfaz. E amar é sofrer, amar é viver. E quem nunca amou passou pela vida e nunca viveu. Quem dirá quem nunca foi feliz...

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Yes, nós temos música brasileira
domingo, 19 de outubro de 2008 | Opine aqui
"Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração"

Sim, nós temos música brasileira, nós temos Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, nós temos João Gilberto e a Pimentinha (Elis Regina).

Nós temos música brasileira, nós temos Bossa Nova. Temos Vinicius, temos Caetano e Chico. A música que exprime todos os sentimentos. Temos também o amor inclássificável descrito pela música. Temos a música que encanta as pessoas, que se espalha mundo afora. Temos desafinados que também tem coração.

Nós também temos Carmem Miranda, Noel Rosa e Rita Lee. Nós temos os timbres mais lindos e as músicas mais tristes. As mais alegres e as mais duvidosas. Temos do bom e do melhor. Temos Raul, Cássia Eller e Cazuza. Temos Humberto Gessinger. 

Temos tudo isso, o preço é ser brasileiro. 

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I Love my Wife
quinta-feira, 16 de outubro de 2008 | Opine aqui
Eu amo minha esposa, acredite, eu amo minha esposa. Eu sei, é meio impossível, mas eu amo minha esposa, amo como nunca amei ninguém, amo ela como nunca vou amar alguém, amo minha esposa.
Ah, sim, eu amo minha esposa, eu quero ela, eu a possuo, eu mando, ela faz. Minha mulher é exemplo, é o futuro, minha mulher é o passado. Minha mulher trabalha, me ajuda na casa, cuida das crianças, ajuda a empregada e não reclama.  Minha mulher me dá seu amor incondicional e não reclama, por isso eu amo minha mulher.
Ela vai e vem como uma cadela no cio quando estamos em transe (em transa), especialmente nos sábados, minha mulher é meu porto seguro, se eu digo algo ela concorda e me apoia, nunca brigamos, nunca mesmo.
Eu amo minha esposa.
Certo dia resolvi que ela era insuficiente, resolvi arrumar uma amante, mas tinha que ser bem peituda, tinha que ser uma mulher que me atrísse, uma puta. Traí a minha mulher.
Todos os dias eu ia a casa de minha amante e minha eposa nem desoconfiava, eu ia todo santo dia lá e meus filhos nem suspeitavam. estava feliz, minha esposa era cada vez mais feliz e eu cada vez mais satisfeito.
A amante, estava começando a me extorquir, me dá cem reais aqui, me dá duzentos reais ali, mas eu sempre dava, eu temia destruir meu casamento blindando, a ouro e prata. Então começaram os valores maiores, 300, 400, 1.000, começei a pensar: 'minha mulher está comigo, me deu filhos e não me cobra nada, essa cadela nem filhos pode me dar'.
No outro dia passei no banco, tirei 60.000 da minha conta e dei para a infeliz, pedi que ela sumisse da minha vida e ela o fez, nunca mais apareceu.
Naquele dia eu cheguei mais cedo em casa, eu e minha esposa nos amamos com ardor e pensei: 'Ah! Como eu amo minha esposa'  

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No Dia de Minha Morte
quarta-feira, 15 de outubro de 2008 | Opine aqui

No dia de minha morte quero que acordem bem cedo, com o sol ainda nascendo, que todos vejam o nascer do sol, que seja maravilhoso. Que um clarão invada os olhos de todas as pessoas e que todos sintam nesse exato momento que eu morri.

 

Quero que as músicas que ouvi durante toda a minha vida sejam tocadas no dia de meu enterro , que elas não sejam fúnebres  ou religiosas, que elas sejam românticas e embaladas pelo violão de Tom Jobim ou pela linda voz de Elis Regina, mas que não esqueçam do rock, dos Engenheiros do Hawaii ou do Nando Reis.

 

Quero que no dia de minha morte todos olhem o céu e pensem que não é um fim, que é apenas um começo, que ninguém chore ou tenha pranto, quero que todos sejam felizes e saiam dançando ao som da Bossa Nova e do rock, espero que, se houver pranto, seja um pranto consolado, peço que consolem aqueles que mais sofrem, que não se esqueçam dos anos passados.

 

Espero que esqueçam tudo de ruim e pensem apenas nas coisas boas de meu ser, quero que esqueçam meu lado boçal. Quero que lembrem que eu sofreria se alguém sofresse, que sofreria junto com cada um e por cada um.

 

Peço que nesse dia o sol se ponha perfeitamente, prolongando o crepúsculo e lembrando que começa outra fase de minha vida: a noite.

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Beauty & Changing
sexta-feira, 10 de outubro de 2008 | Opine aqui
A beleza é relativa, relativa mesmo. Muda muito, basta por em exemplo a moda e a beleza exposta nos anos noventa. Ela é muito diferente do que é hoje, as pessoas admitiam que as pessoas belas fossem mais gordas e que se vestissem de um jeito que, nos dias de hoje, seria extremamente extravagante e hilário. As pessoas eram diferentes, as pessoas são direntes. A beleza, essa é intensamente diferente. 

Observem, o quanto mudou desde que Da Vinci pintou a Mona Lisa, aquilo era o padrão de maior beleza da época, agora as mulher são diferentes, são mais magras, roupas menores, implanntes todos os dias, aqui ali, lipoaspiração virou coisa normal, e os homens cada vez mais exigentes. Querem mulheres mais gostosas, com o passar dos anos não se contentam mais, querem mais.

As mulheres se esforçam  e o que é dado em troca? Se você pensou nada, sua resposta está correta. Os homens, na sua maioria não estão nem aí para as mulheres, tão esforçadas, mulheres que tentam agradar cada vez mais. Para receber carinho para serem ouvidas. Porque ainda acreditam que sempre antes de todo grade homem há uma grande mulher.

A beleza está em baixa no mercado, a beleza devia se dispor a todos os povos, todos os lugares, não só a uns, a outros, a quem tem a maior bunda, a quem tem o maior peito, a quem tem seus biceps ou seu peitoral mais malhados. Ela não estande aos fracos, aos que não tem o brilho de atração aparente. A beleza está mudada.

Ela está agora a favor da classe domindadora e não da dominada, a beleza está se esvaindo nos grandes shoppings, nos grandes 'lugares da beleza' onde ela é frenéticamente comercializada em produtos e coisas afim. A beleza está mudada e para pior.

Ela está triste e feia. Não como era antes, ela está caída, fora de moda, está saindo do lugar onde deveria estar e está migrando para um lugar muito pobre e sem coração.

Ela não é incompreendida sem querer, ela quer ser incompreendida, mas junto com ela entram os valores, entram as coisas da vida, que não mudam tão facilmente. É, acho que teremos de nos contentar com a beleza atual.

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O Mau do Mundo
quinta-feira, 9 de outubro de 2008 | Opine aqui

Escrever sobre o que?

Não quero escrever os assuntos de praxe, quero algo novo, mas ao mesmo tempo útil, quero algo que ainda não foi falado, mas tudo já foi falado, desde Einsten até Créu, desde Audrey Hepburn até mulher-melância, tudo já virou clichê, tudo. Nada é novo, o mundo está cada vez mais velho, mais clichê, mais de praxe. Não há nada novo pra falar, criamos blog, fotologs e diários virtuais para nada, para falar do que já existe. 

Estamos indo a um fim próximo, sabe aquele fim que todo mundo lastima? Isso é um esaio sobre uma crise, muito, muito maior que virá depois, depois que os bancos realmente falirem, depois que a máscara e o rosto trocarem de lugar. 

Hoje as pessoas pensam coisas do gênero: 'daqui há alguns anos eu nem vou estar aqui, vou lá eu me preocupar com o futuro'; esse é o tipo de pessoa ignorante falando, a pessoa que não pensa, que pensa que o mundo gira em torno do seu umbigo. Espero, espero mesmo que eu não conheça uma dessas algum dia, não quero me contaminar pelo seu centralismo de administração de seu mundinho piegas e triste.

Espero que o mundo não fique assim da noite pro dia, mas também espero que o centralismo do homem não ajude, espero que tudo dê certo e que tudo funcione. Espero que o mundo saia da verdadeira bosta que está hoje e que consiga se reerguer e ficar da vez melhor.

Espero.

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Queremos algo novo
quarta-feira, 8 de outubro de 2008 | Opine aqui

Cansei.


Cansei dessas falcatruas, dessas mentiras, dessa tristeza. Dessa politicagem, dessa eleições, cansei. Cansei do Bush, cansei do Osama, cansei do Obama, dessa americanizagem incorreta e imprudente, cansei. Casei de viver nessa cidade pequena, cansei de acordar cedo, cansei de viver com meus pais, cansei de ter que dar satisfação a qualquer um, cansei de casamentos, cansei de bodas, cansei de maleza, quero trabalho, cansei de saudade (chega de saudade), cansei das pessoas que estão ao meu redor, quero novidade, cansei.

Também cansei de mulher-melância, mulher-filé, mulher-samambaia (quem não cansou?), cansei de pânico na TV, cansei do SBT, cansei do Sílvio Santos, junto com toda aquela trabicada de RA-RAE, cansei de assassinato, cansei de humor ignorante, cansei de pessoas que não entendem o que eu falo, cansei de filmes fracassados, cansei da escola, cansei da Izolda, cansei de não entender algumas das falas dos outros, cansei. Cansei de vozes, cansei de falar, cansei de ouvir, cansei de música, cansei de filmes, cansei de leitura.

Espero que chegue um dia em que eu possa descansar, passar por todo esse cansaço, espero que minha canseira com a atualidade pare, cesse.
Quero sumir, fugir, ir para algum lugar bem longe, fugir de todo o caos, de toda a tristeza, fugir da infelicidade, será que isso é possível?

Cansei desse texto.

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Soneto de Fidelidade
terça-feira, 7 de outubro de 2008 | Opine aqui

"E tudo ao meu amor serei atento..."

Vinicius, acho eu, sintetizou a fidelidade com esse tão belo soneto, esse sonteo de fidelidade. Na minha opinião Vinicius é um dos melhores poetas de sua geração, Vinicius fala de amor, em quase todos os seus poemas, explicando o sentimento mais inexplicável do mundo, doando-lhe razões, tornando possível e veradeiro e por vezes impossível e por isso mais forte.

Um ode a Vinicius de Moraes. Um ode ao seu soneto de fidelidade.

Vinicius não deixou de ser um cidadão comum, uma pessoa entre tantas outras, Vinicius de Moraes ficará para sempre marcado como o grande Bedel de Tom Jobim. E o grande compositor de nossas letras tão conhecidas.

"...Mas que seja infinito enquanto dure" 



Seja o que for

"Onde queres o ato, eu sou o espírito e onde queres ternura, eu sou tesão. Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo, sou mulher. Onde queres prazer, sou o que dói e onde queres tortura, mansidão. Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido, sou herói" Caetano

O blog

Para Jéssica,
porque "o que obviamente não presta
sempre me interessou".

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Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."